História do SINTESI-RJ

A luta pela democracia contra ditadura civil-militar marcou a vida de milhares de brasileiros e brasileiras, centenas pagaram com a própria vida, sendo brutalmente torturados e assassinados. Outros sobreviventes da barbárie promovida continuaram a luta pela redemocratização do país, com a realização de eleições livres e diretas. Mais direitos trabalhistas e liberdade de expressão.
A constituinte de 1988, conhecida como a constituição cidadã, foi um passo importante, pois pela primeira vez em décadas, foi garantido aos trabalhadores uma série de conquistas.

E o Sintesi-RJ onde estava nesse momento? Foi nesse ambiente de retomada da democracia que companheiros e companheiras históricos vieram a formar o Sindicato em 1989, muitos participaram de todas essas lutas. Eram tempos difíceis, de desemprego, inflação exorbitante e o início da luta pela eleição de uma candidatura operária, representada por Luiz Inácio Lula da Silva.

O movimento sindical que passava por uma nova fase, com o fortalecimento da Central Única dos Trabalhadores, vencendo através das oposições sindicais, começou a sentir os efeitos dessa política perversa de desemprego e arrocho salarial.

Os trabalhadores nas entidades sindicais também viviam uma nova conjuntura no final dos anos 80, considerados por muitas direções de sindicatos como militantes companheiros, começaram a sentir na pele as contradições de classe, com a demissão de trabalhadores a cada mudança de diretoria, sem contar no desrespeito aos direitos básicos trabalhistas a qual eram submetidos.

O surgimento do SINTESI-RJ em novembro de 1989 foi uma necessidade dos sindicatários de serem reconhecidos e terem seus direitos respeitados. O Sindicato passou por momentos delicados, fruto da incompreensão de certos dirigentes patronais e até mesmo de alguns grupos de sindicatários, isso resultou em período de paralisação quando foi retomado em 1994 por trabalhadores descontentes com os rumos da categoria, desde então nunca mais parou de atuar em benefício dos trabalhadores.

Justamente no de 1994 com a eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se acentua com ainda mais força o modelo neoliberal, com a venda das mais importantes e estratégicas empresas do país, como a Vale do Rio Doce, Embratel, Usiminas, dentre outras. A criminalização do movimento social e sindical ressurge com força após o fim da ditadura. No campo econômico o salário mínimo era ínfimo, o desemprego alcançava cerca de 15% da população ativa, tudo em nome da estabilidade do real.

Em 2002 é eleito Luís Inácio Lula da Silva, um operário. Um momento histórico. O país começa um processo de transformação social inédito, só comparável em alguns aspectos ao período Vargas, levando para um patamar acima, 42 milhões de pessoas da base da pirâmide social, ou seja, esse contingente, quase do tamanho da população da Argentina, agora teria mais acesso aos bens de consumo, a educação e saúde.

Foi em 2006 ,durante o Governo Lula, que os trabalhadores sindicatários de todo país conseguiram sua maior vitória, que foi a retirada do artigo 526 da CLT, que proibia a organização da categoria em sindicatos, um resquício ainda do Estado Novo de Vargas. E o SINTESI-RJ participou juntamente com outros estados, das ações junto aos parlamentares em Brasília para essa mudança na Lei.

Mesmo diante dessa nova conjuntura política a situação do trabalhador sindicatário sempre foi de luta, pois muitos sindicalistas que foram as ruas defender direitos e cobrar mais avanços para suas categorias, dentro das suas entidades não respeitavam os trabalhadores. Alguns agiam pior que os patrões da iniciativa privada.

O SINTESI-RJ sempre esteve presente, fazendo todos os esforços para que se coibisse arbitrariedades, demissões em massa e o assédio moral. Neste último tema foi pioneiro no país ao lançar uma cartilha sobre a prevenção ao assédio moral. Além disso, conseguiu junto a Assembleia Legislativa, por iniciativa do então Deputado Estadual Robson Leite (PT-RJ), instituir oficialmente o dia 09 de maio como o dia do Sindicatário, que se tornou referência para vários sindicatos que reconhecem através do acordo como feriado para seus funcionários.

A luta por melhorias, respeito e novas conquistas será sempre bandeiras históricas do SINTESI-RJ.

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